segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Entre(vista) com Alika Finotti



Biografia



Quem é Alika Finotti? Em que consiste sua obra?

Paulistano de 1983, batizado com um peculiar nome havaiano, Alika escreveu seu primeiro livro, ‘Psyon – Uma Filosofia do Futuro’, ainda aos dezenove, expressando uma literatura poética e filosófica livre e ousada.
Três anos mais tarde, ávido por partilhar sua criação com o mundo, em julho de 2002, imprimiu e lançou a obra em dois festivais em Goiás, na tradicional festa de música eletrônica Trancendence e no Festival Petrobrás de Culturas Regionais, ambos na Chapada dos Veadeiros. A tiragem de 200 exemplares de ‘Psyon’, totalmente independente, financiada pelo próprio autor, inspirou-o ao projeto em que investiria a seguir: ‘O Velejador’. Escrito em 2006, veio à luz com uma tiragem de oitenta unidades e acabamento refinado. Também custeada pessoalmente por Alika, a obra, com 350 páginas, foi sua primeira junto a uma editora, especializada em autores independentes, provendo caminhos alternativos para publicarem seus livros. Lançado em julho 2007, no Festival Fora do Tempo, foi apresentado ao público do belíssimo evento de música alternativa e cultura ecológica, no sul do Maranhão, na Chapada das Mesas.
No ano seguinte Alika teria seu batismo de fogo, com uma interpretação ardente de José Celso Martinez Correa em pessoa, no Teatro Oficina, que leu em cheios pulmões, por quinze minutos, um trecho especial do livro ‘O Velejador’. O autor presenteou Zé Celso com uma cópia com dedicatória, como símbolo de admiração pelo mestre, no aniversário de setenta anos do diretor, que comemorava no próprio Teatro Oficina, mas no fim, muito elogiado por Zé Celso, foi o jovem escritor quem levou o presente pra casa.
Todos os esforços do artista acarretaram uma fase fértil e o autor produziu quatro novos títulos desde então: ‘Orgasmagia’, uma seleção poética vanguardista, que o autor publicou originalmente na internet e agora vem ao papel, ‘Águas Claras’, o mais recente parto transcendental psicológico de sua prosa, e ‘As Xivas da Silva’ e ‘A Pacificadora’, duas obras inusitadas de ficção, revelando versatilidade e conservando o teor altamente espiritual de sua produção. Também formado recentemente como Bacharel em Jornalismo, Alika Finotti continua estudando e se aprimorando, pra que possa sempre participar do mundo com suas descobertas e criações.
A experiência de Alika Finotti pelas estradas do Brasil afora, efetuando vendas pessoalmente, no contato direto com o cidadão brasileiro, como uma espécie de beatnik do terceiro milênio, fazendo doações de seus livros em bibliotecas e entidades culturais, comprova sua determinação e compromisso ao ser humano, à terra e sua evolução, sendo seus textos a manifestação mais essencial de sua alma questionadora.

[Fonte: http://clubedeautores.ning.com/profile/AlikaFinotti - Acesso em 29/12/2010]


Entrevista


Israel Silva: Caro Alika Finotti, é um grande prazer entrevistar você. Como está?

Alika: Tudo muito bem, obrigado, querido Israel. O prazer é todo meu!

Israel: Farei uma pergunta que sempre faço à todos. Quando e como você começou a escrever? Qual é a sua gênesis?

Alika: Por incrível que pareça, tive um micro-conto infantil publicado quando tinha apenas 8 anos, na segunda série do primário, em um livro que o próprio colégio fazia, uma seleção dos melhores textos dos alunos de cada ano. Anos mais tarde, aos 19, escrevi meu primeiro ‘romance’, na verdade um misto de literatura reflexiva livre, adolescente e psicodélica, passando por contextos inusitados como as raves e festivais de música eletrônica.

Israel: Conte-nos um pouco sobre sua história de vida. Como foram seus anos pré-escritóricos? (risos)
Alika: Meus anos pré-escritóricos... como disse, foram poucos, mas até os 8 anos, vivi muitas vidas. Meus pais se divorciaram quando eu tinha 5, momento em que eu, minha mãe e meu irmão mais novos nos mudamos para São Paulo, na casa de meus avós maternos. Mas até a separação, vivi em lugares diferentes, no meio de um canavial em Ribeirão Preto vivi minhas primeiras lembranças, a primeira paixão já no jardim de infância (risos)... morei na praia, aprendi a surfar com 3 aninhos, então tive uma infância bastante inusitada, e em muitos sentidos, simples, imerso na natureza. Passei 20 anos sem ver meu pai, e o reencontrei em 2009, fato muito emocional e importante pra mim, que está arraigado no meu livro mais novo, Águas Claras, escrito exatamente em Itacaré, onde ele mora já há 8 anos, com uma vida estabilizada. (pausa) Confesso que demorei um pouco pra me descobrir realmente, no sentido das paixões, do sexo. Acho que sou daqueles loucos que ainda crêem nos amores supremos, então sempre tive paciência com minha timidez. Mas a partir da época em que me emancipei de diversas maneiras, percebi que meu conteúdo tinha valor, tinha graça, confiei em mim mesmo, e tive experiências maravilhosas de amizade e paixão. Sinto que as paixões são o coração pulsante de nossa vontade de evolução, e isso sempre esteve presente nas minhas obras.

Israel: Eu não poderia concordar mais (risos)! Enfim, como vimos em sua biografia, você é um artista um tanto independente. Como é ser independente? Quais são os prós e contras? É difícil ser um artista independente?

Alika: Veja bem, Israel, é complicado realmente falarmos em termos de ‘independência’, se levarmos a palavra ao pé da letra. Todos sabemos que “nenhum homem é uma ilha”, sempre dependeremos uns dos outros, e de tudo o mais, num sentido mais profundo. Os desafios dizem respeito a conseguir-se alcançar as pessoas, ser lido, absovirdo, incorporado como forma de pensamento. Minha carreira independente como autor se caracteriza por ações práticas como: eu mesmo publiquei os livros fazendo outros trabalhos pra bancá-los, fiz os lançamentos em eventos totalmente pertinentes com seu conceito (grandes festivais de trance), eu mesmo divulgo, distribuo... mas é uma árdua saga, que eventualmente, dependendo do destino de cada escritor, desemboca em ferramentas mais poderosas pra chegar nas pessoas. Independente é um nome que usamos pra coisas que não se encaixam tão bem em grande escala, num certo sentido, quase toda grande arte, por se portar como revolucionária, ou ‘evolucionária’, incomoda ao mexer em tabus, ao se tornar ‘louca’, na mesma medida em que foge da ‘normalidade’. O grande ‘pró’, que luta contra tantos ‘contras’ na questão, é que pude manter meu texto original exatamente como queria que fosse, intacto. É crucial no meu processo criativo esta espontaneidade absoluta, quase uma ‘auto-psicografia’ que não se permite nenhuma espécie de edição. (risos)

Israel: Gostei. Você se considera um artista transmoderno, certo? Diga para nós, de uma forma palatável, o que seria transmodernismo?

Alika: O termo se refere a artes ou ciências que dialogam com os novos paradigmas humanos e as novas fusões culturais-cibernéticas. Seria o momento, ou a época artística que estamos vivendo. A Era Transmoderna. Depois da modernidade, veio a pós-modernidade. Depois dela, veio... o ‘pós-tudo’, o pós-pós-mordeno, o... ‘trans-moderno’. Tive meu primeiro contato com o conceito do ‘trans-humano’, pelo trabalho de Zé Celso Martinez Correa, diretor do Teatro Oficina, especificamente na obra ‘Os Sertões’. Isto muito me influenciou, e anos mais tarde cheguei a esta idéia do transmoderno, que se não era original, era ao menos algo bem fresco e inédito captado no ar. Pesquisas mais tarde me mostraram que havia uma ou outra referência a este termo no mundo acadêmico. O conhecimento humano da natureza alcançou um patamar até então apenas concebível em sonhos e vôos da imaginação, então as artes e ciências, em geral ‘inter-disciplinares’, ‘transversais’, que interagem com estes novos elementos, com estas novas descobertas, finalmente possuem um termo que as abraça calorosamente, o transmodernismo.

Israel: Como adquirir suas obras "transmodernas"?

Alika: Envie um e-mail para alikafinotti@gmail.com ou me contate pelo Facebook, Twitter ou Orkut. Em breve, meu site oficial contará com um sistema otimizado para encomendas e entregas!

Israel: Quais são seus planos para o futuro?

Alika: Pretendo trabalhar muito. Apesar de tantas muralhas a se transpor, sinto que já percorri um caminho árduo demais pra sequer pensar em desistir, é algo impossível. Estou sempre em busca de apoiadores e parcerias, e o ano de 2010 trouxe novas sementes, novos começos. Como disse mais no início da entrevista, o grande objetivo é alcançar as pessoas, passar em frente estes estudos e experimentações tão especiais no âmbito do espírito humano e suas filosofias.

Israel: Eu sei, pergunta chata, mas inevitável: Como você se define? Quem é Alika Finotti, em poucas palavras?

Alika: Um cara que ama dançar, conhecer pessoas de todos os tipos. Alguém que faz de tudo pra ser leal, leal com a vida e consigo mesmo.

Israel: Estamos chegando ao fim. Foi uma honra, caro Alika. Muito obrigado e boa sorte para nós daqui pra frente! Ou, como dizem no Teatro, “muita merda”!

Alika: Mais uma vez, o prazer é todo meu, caríssimo amigo! A honra foi ser ouvido por um coração tão atento como o teu, Israel. Um grande abraço, muito obrigado e MERDA!!!

...

Você pode acompanhar mais do trabalho de Alika Finotti nas seguintes páginas:


http://twitter.com/alikafinotti
http://www.youtube.com/user/alikafinotti
http://orgasmagia.blogspot.com/

4 comentários:

  1. Amei a entrevista!...poucas perguntas...mas, pertinentes, simples e elucidativas.
    Parabéns, meu sobrinho...muito gratificante ter uma "pessoinha" tão interessada e antenada, numa família que pouco se interessa pela literatura como forma de cultura e crescimento.
    Por favor, me coloque em sua lista de convidados na sua noite de autógrafos de "Pensassonhos"...como entusiasta, coloboradora e...tia, claro...hehehe
    Bjo grandão!

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  2. :)
    uau
    sem palavras,
    namastê?!
    isso,
    namastê :)
    amei demais a entrevista!

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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