terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Navegar é Preciso, de Fernando Pessoa.

De certa forma este poema se tornou parte do meu "lema de vida". Ele entrou em mim e não saiu mais.

















Imagem: http://phatpuppy.deviantart.com/art/Slow-Boat-to-China-123924031?q=boost%3Apopular+boat&qo=15




Navegar é Preciso


Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:

"Navegar é preciso; viver não é preciso".

Quero para mim o espírito [d]esta frase,
transformada a forma para a casar como eu sou:

Viver não é necessário; o que é necessário é criar.
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande,
ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo.

Só quero torná-la de toda a humanidade;
ainda que para isso tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso.

Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue
o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir
para a evolução da humanidade.

É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.

[Nota de SF

"Navigare necesse; vivere non est necesse" - latim, frase de Pompeu, general romano, 106-48 aC.,
dita aos marinheiros, amedrontados, que recusavam viajar durante a guerra, cf. Plutarco, in Vida
de Pompeu]

domingo, 26 de dezembro de 2010

Antologia Twística



Perólas do meu twitter (@israel_as)

"Faço exercícios ouvindo Stravinsky. Lol."

"No matter who you are. At some point, you'll need somebody to stand by you."

"Debaixo dos caracóis de seus cabelos..."

"6 pequenas grandes atitudes: 1 - menos tv; 2 - mais leitura; 3 - menos consumo; 4 - mais sonhos; 5 - menos alienação; 6 - mais reflexão."

"É, na vida temos tantas paixões... Mas nenhuma delas excede o valor das amizades."

"Tem coisas que todo mundo "sabe", mas não viveu. A experiência é a afirmação da realidade."

"... A vida só consome o que alimenta. - Ferreira Gullar"

"Status: olhando para meus sonhos. Sem desviar."

"Nossa história adormece, mas não acabou. Até que ela recomece, vamos viver tudo que a vida oferece, com dedicação e sonhos."

"Se foi um erro, eu quero errar sempre assim." - Capital Inicial.

"Pódis crê, nunca se sabe o que pode crescer de uma pequena semente..."

"Aproveitem sempre o máximo: se a vida passa rápido, imagine a juventude?"


Imagem: Israel Silva - Fóssil de Flor (Trabalhos Fotográficos)

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Feliz ano novo! Mas antes... Uma antologia retrospectiva.

Seleção de trechos dos melhores posts:

16 de Junho, 2010: Prólogo


Sobre o blog:

Pensassonhos é um blog criado para ser minha principal plataforma de expressão virtual. Nele, o leitor encontrará muita poesia, bem como prosas e outros gêneros textuais. Quem liga para os gêneros textuais... O negócio aqui é simples: abordar filosófica e artisticamente qualquer tipo de matéria ou energia, com uma visão multifocal e sistêmica, mas dando ênfase aos acontecimentos da minha própria vida, da sociedade e da vida como um todo.

Também me dou a ousadia de fazer críticas de livros, peças teatrais, filmes etc. Em breve também postarei aqui algumas entrevistas. Aguarde...

Sobre o autor:

Eu, Israel Silva, nasci em São Paulo, em 1993. Sou estudante e escrevo desde os oito anos de idade. Recentemente, no entanto, resolvi levar a sério o hábito da escrita, e não tê-lo mais como um simples hobbie. Já obtive conquistas! Em outubro de 2010, ganhei meu primeiro concurso de redação, e com isso ganhei também bolsas de estudo e uma coluna só minha no Jornal de Terra Preta, que vai entrar em circulação a partir de 2011. Tenho também participado de saraus e projetos culturais. Atualmente trabalho num livro intitulado "Pensassonhos", daí o nome do blog, e pretendo lançá-lo também em 2011.

Sou tecladista e compositor amador também. Em geral, gosto de artes de todos os tipos, filosofia, ciências humanas e cosmologia. Apesar de tudo isso, rexala... eu não sou um ET (eu acho). Bom, isso é até mais do que você precisa saber, leitor amado. Fui!! Valeu.

Follow me on tuíster >> twitter.com/israel_as

17 de Junho, 2010: Você está disposto à assumir os riscos da ética?



Sócrates admitiu que poderia ter evitado sua condenação (beber o veneno chamado cicuta) se tivesse desistido da vida justa. Mesmo depois de sua condenação, ele poderia ter evitado sua morte se tivesse escapado com a ajuda de amigos. A razão para sua cooperação com a justiça da pólis e com seus próprios valores mostra uma valiosa faceta de sua filosofia" (...)

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3crates

Agir com #ética e moral pode ser perigoso, chega à dar adrenalina. Mas é como um esporte radical: ESTOU DISPOSTO À ENFRENTAR O RISCO. - Israel A. Silva. Fonte: http://twitter.com/israel_as



21 de Junho, 2010: Insônia - Pensamentos Submersos (Versão Atual)
















Nadam em minha mente fervilhando...
Dentro de mim se debatem horrores violentos
E voam insetos ziguezagueando.

Nesse meu interespaço vazio
Só existem insistem galáxias e agulhas...
Nadam pensamentos submersos em sono,
Pensam lentos providos de brânquias...
SILVA, Israel. Pensassonhos, pg. 10. São Paulo, 2010. Todos os Direitos reservados.

14 de Julho, 2010: Onde encontrar a felicidade?

Algumas frases de Epicuro

“Só há um caminho para a felicidade. Não nos preocuparmos com coisas que ultrapassam o poder da nossa vontade.”
“Nada é bastante ao homem para quem tudo é demasiado pouco.”
“Aquele que melhor goza a riqueza é aquele que menos necessidade dela tem.”
“Queres ser rico? Pois não te preocupes em aumentar os teus bens, mas sim em diminuir a tua cobiça.”
“É estupidez pedir aos deuses aquilo que se pode conseguir sozinho.”
“O prazer não é um mal em si; mas certos prazeres trazem mais dor do que felicidade.”
“Se queres a verdadeira liberdade, deves fazer-te servo da filosofia.”


13 de Agosto, 2010: A mesma mão que acaricia: Crítica aos crimes passionais (Versão Atual, adaptada)















Assassinato Passional



Que amor é esse que pinga sangue em gotas pálidas?
Que jorra terror
Que destroça a face amada numa feição de dor
Que se desmancha em lágrimas ácidas?

Como é possível cruelmente esfacelar
Nas mãos a mesma flor que tu amas
Como se fosse o amor pétala caída?
Que sorte pode-se tirar?

(...)
SILVA, Israel. Pensassonhos. Pg. 77. São Paulo, 2010. Todos os direitos reservados.


11 de dezembro, 2010: Sonata dos Textos Póstumos (em memória de uma paixão qualquer)














1 - Depoimento.

Você é tão pequena e seu coração é tão grande... E eu, que me achava forte, me perdi em incertezas e contradições. Culpa do teu sorriso manso. E agora vejo brotar um mundo de sentimentos cujos quais não tenho controle. Preparo escudos para te proteger das flechas desse mundo. Fecho minhas asas para que as dificuldades não invadam nossa escuridão perfeita.
O tempo vai dizer. Até lá, veremos as flores se destacarem nos escombros.
Até lá,
Te Amo."

2 - Efêmero.

Agora acabou. Deus, ou qualquer coisa poderosa nesta vida, arrancou de nós esta paixão, esta erva daninha. Não tenho muito a dizer, estou ferido. Só isso.

3 - Olhando pra trás.

Pensando bem... Estávamos previstos ao abismo: havia um abismo entre nós. Culpado eu que ignorei os presságios do erro. A paixão surgiu certa na hora errada. Esperávamos um tapete vermelho, mas não sabíamos: nosso caminho escondia serpentes, nossa peçonha era insuficiente.
Fazer o quê? Não há antídoto. Não há.

19 de dezembro, 2010: Depoimento para cortar os pulsos.


Saí do teatro calado, em transe, perdido, com os pulsos cortados. Feliz ao extremo, ainda que não houvesse mais chão para caminhar. Voltei pra casa de minha avó, lembrando-me do amor. O amor foi o foco dos meus pensassonhos durante toda a noite. No dia seguinte, domingo, voltei pra casa em Mairiporã. Estou até agora perdido em pensassonhos, em inspiração, em felicidade, em saudade, em tudo e em nada.
E um agradecimento à você, leitor amado, que deve se perguntar: Vale a pena amar? O que vale a pena nesta vida?

"Razão e Emoção são forças equivalentes e igualmente opostas; o equilíbrio entre ambas causa um equilíbrio cruelmente sadio entre tempestade e bonança. Ironia." - Israel Silva.

"Razão, de que me serve teu socorro? / Mandas-me não amar, eu ardo, eu amo; / Dizes-me que sossegue, eu peno, eu morro." - Bocage.

— Chega. Vou chorar e rir ao mesmo tempo. Já volto.

Feliz 2011!!



domingo, 19 de dezembro de 2010

Depoimento para Cortar os Pulsos

Isto aqui é uma crítica desregrada, sem substância de crítica, meio poética, com clima paulistano. O foco principal: a peça teatral “Música para Cortar os Pulsos”.


Ontem (sábado, dia 18/12/10) sai de casa com um objetivo. Levantei, tomei café, troquei as roupas com zelo, fiz a profilaxia dentária e logo: fui. É importante ressaltar que moro em Mairiporã, e meu objetivo era ir para São Paulo. Nada de mais: já morei em São Paulo.

Continuando, vou descrever minha odisseia com algoritmos mal feitos (perdoai): peguei o primeiro ônibus; desci na estação Tucuruvi; peguei o metrô; fiz baldeação; desci na Patriarca; fui à casa do meu melhor amigo; com meu melhor amigo, peguei outro ônibus; depois, outro metrô, até a estação Anhangabaú; lá andei quilômetros, todo confuso e perdido por falta de experiência em andar no centro; encontrei o Teatro da Memória, meu local de destino; arfando – ufa.

É claro que não foi só isso, passei no meio de uma das cidades mais grandiosas e desiguais do mundo. Vi, entre a magnificência dos edifícios, os moradores de rua roendo suas camas de papelão, as prostitutas de microssaia esperando, as subculturas urbanas e seus hábitos tribais, os usuários de crack, e também os ricos. Acima de tudo (literalmente acima de tudo) chovia. Chovia leve, garoava.

Mas meu amigo e eu, tentando agirmos com fria indiferença, passamos pelo meio das gentes, da chuva, das manchas de sangue no chão e das pichações rupestres, para podermos chegar a tempo na rua tal, como é mesmo? Álvaro de Carvalho. Conseguimos achar a tal rua na base do “quem tem boca vai ao teatro”, afinal não tínhamos GPS.

Ao chegarmos, cansados, esperamos. Ou por milagre ou por velocidade, chegamos cedo. De longe dava pra ouvir um samba paulistano de primeira. Descansamos (o corpo, pois a mente estava ansiosa). Logo o teatro abriu suas portas convidativas. Entramos, esperamos mais um pouco.

Eu, particularmente, era o mais ansioso. “Cara, Mayara Constantino, Kauê Telloli, Victor Mendes, toda a galera do Tudo que é Sólido pode Derreter... Isso vai ser incrível!” eu pensava. E quem precisa de cinema 3D? Não há nada mais 3D, nada mais real life do que o Teatro, gente minha!

Bem, continuando, que me perdoem os marmanjos do elenco, mas eu estava muito mais eufórico para ver a Mayara, tamanha admiração que tenho por ela. Mayara Constantino em 3D Real Life – é... Sou fã dela desde a série Tudo que é Solido, e cheguei a versejar pra ela: “Nada haveria de belo / na triste luz do luar, / não fosse a semelhança / que ele tem com seu olhar.” Fofo né?

Se bem que, com o perdão de Mayara também, mas a peça em si é o que eu queria. A peça Música para Cortar os Pulsos tem foco em três jovens com conflitos amorosos: Isabela (Mayara) está com o coração partido; Felipe (Kauê) quer se apaixonar e Victor (Ricardo) é apaixonado por Felipe. E em meio à profundidade do enredo (enredo este que aborda o amor no seu âmago, onde ele é ainda misterioso e doído), músicas que realmente te tocam vão embalando as cenas.

Engraçado que, antes da peça começar, fiz questão de sentar-me ao lado de uma gatinha (eu, xavequeiro que sou). Mas então começou a peça, e eu esqueci da gatinha. Aliás, o espetáculo Música para Cortar os Pulsos anulou tudo que nos cercava: as gatinhas, a chuva, a desigualdade selvagem lá de fora, tudo. Exceto nossa alma: a alma do público foi escancarada e tocada de tal maneira que, ao final, todos éramos almas apenas.

Tecnicamente, a peça se divide em várias cenas, anunciadas pelos personagens; praticamente, as cenas te dividem em várias peças, sem anúncio algum. Cada cena tem seu foco, seu toque, mas todas abordam a força fundamental de toda alma humana em tal grau íntimo que...: o amor. Apesar da grandeza deste singelo tema, a peça é acompanhada do começo ao fim de um bom humor genuíno. Em certos momentos, só ríamos até doer, rsrsrs.

É claro que havia um equilíbrio, entre rosas e espinhos, entre risadas e lágrimas. Eu, por exemplo, que já vivenciei o amor, me senti muito (muito) tocado pelo espetáculo. Terminei um relacionamento faz pouco tempo, e me enchi de perguntas e sentimentos nostálgicos e culposos. Posso dizer que recomendo esta peça principalmente para pessoas sensíveis e sem medo de abordar o amor. Pois uma hora ou outra, ao longo das cenas, você há de se perguntar: Mas que droga que é o amor? Vale a pena amar? Se não vale, o que vale?

Sobre a atuação do elenco: Meu Deus. Não tenho o que dizer. Só que eles fizeram de Música para Cortar os Pulsos a melhor peça teatral que já vi na minha vida até agora. Pena que eu a vi logo em sua penúltima apresentação. Mas devo dizer que valeu a pena ficar com os pés doloridos de tanto andar calçando All Star, úmido de chuva, pela cidade. Ah! Tudo valeu a pena.

Saí do teatro calado, em transe, perdido, com os pulsos cortados. Feliz ao extremo, ainda que não houvesse mais chão para caminhar. Voltei pra casa de minha avó, lembrando-me do amor. O amor foi o foco dos meus pensassonhos durante toda a noite. No dia seguinte, domingo, voltei pra casa em Mairiporã. Estou até agora perdido em pensassonhos, em inspiração, em felicidade, eu saudade, em tudo e em nada.

Não fiques triste, leitor amigo, se você não viu esta peça, despedaçada de tão íntegra, dolorosa de tão íntima, alegre de tão destemida. Em breve sairá o filme e, talvez, uma nova temporada no teatro. Enfim, espera, que o que é bom sempre volta.

Um beijo e sinceros agradecimentos desesperados à todos aqueles que realizaram Música para Cortar os Pulsos.

E um agradecimento à você, leitor amado, que deve se perguntar: Vale a pena amar? O que vale a pena nesta vida?

...

"Razão e Emoção são forças equivalentes e igualmente opostas; o equilíbrio entre ambas causa um equilíbrio cruelmente sadio entre tempestade e bonança. Ironia." - Israel Silva.

"Razão, de que me serve teu socorro? / Mandas-me não amar, eu ardo, eu amo; / Dizes-me que sossegue, eu peno, eu morro." - Bocage.

...

— Chega. Vou chorar e rir ao mesmo tempo. Já volto.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Os guardiões da Generosidade

Foi com essa redação que você irá ler que eu tive a honra de vencer o VIII Concurso de Redação do Lions Club de Mairiporã, vitória essa que me abriu muitas portas. Não sei nem se mereci, mas enfim... Enjoy ^^


















"Os Guardiões da Generosidade"

Infelizmente, ser voluntário nos dias atuais é quase impensável para muitas pessoas. Poucos se sacrificam por outro ser humano ou por uma causa real. Nossa sociedade, como organismo, corre o risco de contrair uma grave enfermidade, a Hipogenerosidade.
A doença nasce da alienação, da precariedade educacional, deficiência de conhecimento e esmorecimento ético e cultural, bem como carência de senso crítico e da existência de preconceitos e de uma hipocrisia cancerígena que causa cegueira a muita gente.
Não obstante, há anticorpos. Dentre o povo brasileiro existem pessoas solidárias; mediante a catástrofes e crises, o Brasil se mostra unido. Temos honrosos exemplos de instituições que trabalham pelo bem comum, enquanto o desgoverno é passivo ou impotente. O grupo Afroreggae, a AACD e o Lions Club são instituições exemplares.
É importante ressaltar que o voluntário, dotado de generosidade, não se contamina com nenhum individualismo egoísta ou ideal vazio e consumista, induzido por uma mídia manipuladora. E a pessoa generosa sabe que o bater de asas de uma borboleta pode gerar um furacão, e que uma grande árvore cresce de uma pequena semente. A pessoa solidára é consciente da força de seus atos, sejam eles pequenos ou grandes.
A única vacina para a indiferença é a ação, indivual e coletiva. Se agirmos antes de chegarmos ao precipício, podemos reabilitar o fragilizado organismo da nossa sociedade.




* Imagem >> http://wanderleyelian.blogspot.com/2010/08/maos-dadas.html

sábado, 11 de dezembro de 2010

Sonata dos Textos Póstumos (em memória de uma paixão qualquer)














1 - Depoimento.


Você é tão pequena e seu coração é tão grande... E eu, que me achava forte, me perdi em incertezas e contradições. Culpa do teu sorriso manso. E agora vejo brotar um mundo de sentimentos cujos quais não tenho controle. Preparo escudos para te proteger das flechas desse mundo. Fecho minhas asas para que as dificuldades não invadam nossa escuridão perfeita.
O tempo vai dizer. Até lá, veremos as flores se destacarem nos escombros.
Até lá,
Te Amo."

2 - Efêmero.

Agora acabou. Deus, ou qualquer coisa poderosa nesta vida, arrancou de nós esta paixão, esta erva daninha. Não tenho muito a dizer, estou ferido. Só isso.

3 - Olhando pra trás.


Pensando bem... Estávamos previstos ao abismo: havia um abismo entre nós. Culpado eu que ignorei os presságios do erro. A paixão surgiu certa na hora errada. Esperávamos um tapete vermelho, mas não sabíamos: nosso caminho escondia serpentes, nossa peçonha era insuficiente.
Fazer o quê? Não há antídoto. Não há.

...

"Razão, de que me serve o teu socorro?
Mandas-me não amar, eu ardo, eu amo;
Dizes-me que sossegue, eu peno, eu morro."

- Bocage


* Imagem: Why, by Anndr. (deviantart.com)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Cartas da Terra

Após alguns golpes de sorte, ganhei uma coluna no Jornal de Terra Preta. Fiquei muito feliz! Portanto, com vocês, o primeiro poema da coluna, que dedico à Terra Preta, esse pequeno lugarzinho maravilhoso. Espero que gostem.
...





“Cartas da Terra”



Retribuo à esta Terra que bem me acolheu
Por meio destas cartas bem colhidas
O acalanto que recebo de seus ventos
E que me inspira à colher pétalas caídas


Pois o singelo e simplório suspiro teu,
Oh Terra de belezas tão tímidas,
É plangente e alimenta o poeta
Que à ti oferece estas trovas vivas


Terra Preta, alva terra de amores que clamam:
Não te meças pela extensão de seus prados
Mas pelo tamanho dos corações que neles vagam...

 
Copyright © 2010 por Israel Silva
Todos os direitos reservados.



domingo, 24 de outubro de 2010

O Noturno















Agora é tarde.
Mas eu aqui nos pensassonhos acordados,
Meus olhos demasiadamente esbugalhados,


Trocando de canal todo instante.
Foi-se um dia, foi-se a foice.
Tenho pensadelos nos retratos da estante.


Não quero dormir pesando nos ocorridos.
Talvez essas futilidades me ajudem
A dormir e quebrar esses vidros!


Quero ferir-me em amnésia antisséptica
E curativar as felicidades e ultrapassar
Todos esses incômodos de antiética
Para que, talvez, eu possa bem sonhar...


 
Copyright © 2010 por Israel Silva
Todos os direitos reservados.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

A MESMA MÃO QUE ACARICIA - Crítica aos "crimes passionais"

Aqui expresso minha indignação perante a esse ato brutal de extrema ignorância e covardia, essa doença tão grave que espalha horror onde deveria haver amor.


Minha experiência: Eu presenciei cenas de agressão física e verbal por parte do próprio ex-padrasto à minha mãe. Eu sei como é terrível essa insanidade patológica chamada Ciúmes Possessivo.
Há alguns anos, minha mãe iniciou um relacionamento sério com um homem. Eles nunca se casaram, mas morávamos juntos e dividíamos despezas. No início, minha mãe pensou que ele era um homem bom (e maduro, já que tinha mais de 60 anos). Mas a capa do livro logo foi se rasgando, e a carcaça daquele homem foi se mostrando. Em pouco tempo ele foi demonstrando sua possessividade e seu ciúmes demasiado. Algum tempo mais tarde começou com as indiretas, depois as ameaças, depois as agressões. Essa situação foi se extendendo. Em casa estávamos completamente separados. Eu cheguei a discutir com ele várias vezes, e certa vez cheguei a me envolver numa luta contra ele, defendendo minha mãe e meu cachorro, que também havia sido agredido. Não sei o que há na minha mãe, mas ela nunca fez um boletim de ocorrência sequer.
Amanhã, dia 14/08/10, minha mãe vai se casar, finalmente com o cara certo. Um homem bom, honesto e agradável. Mas recentemente aquele homem fez ligações e mandou emails com ameaças, e dizendo a minha mãe que "enquanto ela viver, não terá sussego". Deixo claro aqui que seria capaz de tudo para defender a minha mãe e minha família.

Causas: O ciúmes é um sentimento natural do ser humano. Ao longo de nossa evolução, o ciúmes surgiu como um mecanismo de união dos casais, de maneira a assegurar a perpetuação dos genes do indivíduo. A violência também era empregada como uma "punição" à traição.
Mas as causas não são apenas evolutivas; são, principalmente, psicológicas. Em excesso, o ciúmes se torna um problema. Nesse tipo de paranoia, a pessoa está convencida, sem motivo justo ou evidente, da infidelidade do parceiro e passa a procurar “evidências” da traição. Nas formas mais exacerbadas, o ciumento passa a exigir do outro coisas que limitam a liberdade deste.
Às vezes sentimentos de ciúme podem ficar desproporcionais. Por exemplo, quando um homem provoca uma cena embaraçosa numa festa porque sua mulher aceita um convite para dançar com um velho amigo ou quando uma mulher é tomada de ciúmes excessivos pelo fato de o marido ter uma mulher como chefe no trabalho. Este tipo de reação pode afetar gravemente uma relação, levando o outro parceiro a sentir-se constantemente pisando em ovos para evitar uma crise de ciúme. O parceiro ciumento, muitas vezes ciente de seu problema, oscila entre sentimentos de culpa e auto-justificação.

O CIÚMES PATOLÓGICO:

O ciúme patológico é visto pela psiquiatria como uma espécie de paranóia (distúrbio mental caracterizado por delírios de perseguição e pelo temor imaginário de a pessoa estar sendo vítima de conspiração). Para o ciumento, a fronteira entre imaginação, fantasia, crença e certeza se torna vaga e imprecisa, as dúvidas podem se transformar em ideias supervalorizadas ou delirantes.

Quem sente ciúme a esse nível tem a compulsão de verificar constantemente as suas dúvidas, a ponto de se dedicar exclusivamente a invadir a privacidade e tolher a liberdade do parceiro: abre correspondências, bisbilhota o computador, ouve telefonemas, examina bolsos, chega a seguir o parceiro ou contrata alguém para fazê-lo. Toda essa tentativa de aliviar sentimentos, além de reconhecidamente ridícula até pelo próprio ciumento, não ameniza o mal estar da dúvida, até o intensifica.
A pessoa ciumenta apresenta na sua personalidade um traço marcante de timidez e sentimentos de insegurança, problemas que costumam ter raízes na infância . Nesse caso, o tratamento passa por aplicação de técnicas de psicoterapia para melhorar a confiança do paciente em si mesmo. O processo deve envolver sua família pois o apoio no lar é imprescindível nesses casos. Reduzido o sentimento de insegurança, é esperado que diminua a aflição do ciúme. Só quem confia em si mesmo pode confiar em outros, de modo que parece lógico começar o tratamento pelo fortalecimento da autoconfiança.
Não menos importante é atacar os sintomas físicos que o ciúme patológico provoca. O desequilíbrio no sistema nervoso aumenta o nível de adrenalina, interfere na dinâmica dos neurotransmissores e está na origem de muitas doenças psicossomáticas. Por isso, é fundamental apurar as causas desses sintomas e gastar a energia negativa em atividades como os exercícios físicos, meditação e trabalho que traga gratificação.

...


Assassinato Passional [trecho]



Que amor é esse que pinga sangue em gotas pálidas?
Que jorra terror
Que destroça a face amada numa feição de dor
Que se desmancha em lágrimas ácidas?

Como é possível cruelmente esfacelar
Nas mãos a mesma flor que tu amas
Como se fosse o amor pétala caída?
Que sorte pode-se tirar?




(...)

SILVA, Israel. Pensassonhos. Página 77. Todos os direitos reservados.


"Ciúme" : Fonte - http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%BAme (Acesso em 13/08/2010)

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Onde encontrar a Felicidade?

1 - Introdução


Felicidade: 1 – Estado de quem é feliz. 2 – Bem - estar. 3 – Bom resultado, bom êxito. (MICHAELIS. Pequeno Dicionário da Língua Portuguesa. São Paulo: Cia. Melhoramentos de São Paulo, 1998; p. 545.)


A felicidade é o estado de pleno bem estar que o ser humano vive buscando. É quando nós não temos necessidades, nem dores físicas, nem dores da alma. É quando nós vivemos em prazeres.

O ser humano vive tentando encontra uma maneira de viver nesse estado de espírito. Alguns buscam a felicidade no consumo de produtos, na religião, no enriquecimento ou numa vida desmedida e impulsiva, cheia de prazeres.



2 - Onde encontrar a felicidade?



O filósofo grego Epicuro (341 – 270 a.C) conseguiu encontrar a fórmula da felicidade. Ela consiste em:



Amigos: pessoas emocionalmente ligadas à você, com quem você pode dividir ideias, momentos e opiniões, com quem você pode conversar e dividir os sentimentos, com quem você pode se expressar.

Epicuro construiu uma grande casa e lá convidou seus melhores amigos para viverem ao seu lado. Dizia que não há amizade na distância.

Liberdade: Autosuficiência financeira, liberdade de ir e vir, liberdade de pensar e agir. Entender o sentido da liberdade em Epicuro exige compreender a ânsia do consumismo reinante em nossa sociedade. Envolto numa atmosfera do “ter para ser” o homem gasta sem necessidade e compra coisas que nunca irá utilizar. E é justamente este excesso que rouba de nós o direito de ser feliz. Para Epicuro, encontrar a felicidade é também ser livre para decidir. A liberdade de dizer não aos padrões impostos pela massa e viver uma vida equilibrada.

Uma vida Analisada: Não é possível falar em bem-estar sem valorizar os momentos de introspecção, onde o homem se permite analisar sua história de vida e mudar quando a situação o permitir. Epicuro sabia que ninguém consegue ser feliz se não tiver a capacidade e a coragem de analisar os rumos da sua trajetória para encontrar o equilíbrio tão necessário num mundo onde as pessoas olham mais para as outras e se esquecem de si.

O prazer

A doutrina de Epicuro entende que o sumo bem reside no prazer. O prazer de que fala Epicuro é o prazer do sábio, entendido como quietude da mente e o domínio sobre as emoções e, portanto, sobre si mesmo. É o prazer da justa-medida e não dos excessos. É a própria Natureza que nos informa que o prazer é um bem. Este prazer, no entanto, apenas satisfaz uma necessidade ou aquieta a dor. A Natureza conduz-nos a uma vida simples. O mais alto prazer reside no que chamamos de saúde.

3 - Algumas frases de Epicuro



“Só há um caminho para a felicidade. Não nos preocuparmos com coisas que ultrapassam o poder da nossa vontade.”

“Nada é bastante ao homem para quem tudo é demasiado pouco.”

“Aquele que melhor goza a riqueza é aquele que menos necessidade dela tem.”

“Queres ser rico? Pois não te preocupes em aumentar os teus bens, mas sim em diminuir a tua cobiça.”

“É estupidez pedir aos deuses aquilo que se pode conseguir sozinho.”

“O prazer não é um mal em si; mas certos prazeres trazem mais dor do que felicidade.”

“Se queres a verdadeira liberdade, deves fazer-te servo da filosofia.”


4 - A contribuição da Alienação para a perda da felicidade

Alienação: transferência de domínio de algo, perturbação mental na qual se registra uma anulação da personalidade individual. A alienação trata-se do mistério de ser ou não ser, pois uma pessoa alienada carece de si mesma. Alienação refere-se à diminuição da capacidade dos indivíduos em pensar e agir por si próprios. A alienação é a perda de algum bem material, físico, mental, emocional, cultural, social, político e/ou econômico. O criador se torna criatura, as coisas são humanizadas e os humanos são coisificados.

Trabalho Alienado


Karl Marx (1818 – 1883 d.C) teria identificado a Alienação do Trabalho como a alienação fundante das demais. Os trabalhadores eram explorados em fábricas e deixavam seus patrões cada vez mais ricos, enquanto eles e suas famílias ficavam cada vez mais pobres. Para Marx, esse tipo de trabalho ao invés de realizar o homem, o escraviza; ao invés de humanizá-lo, o desumaniza. O homem troca o verbo SER pelo TER: sua vida passa a medir-se pelo que ele possui, não pelo que ele é. Isso parece familiar? Pois é, vamos ver os detalhes.

Essa alienação pode ser descrita de duas formas: o trabalho como (a) atividade fragmentada e como (b) produto apropriado por outros.

A separação do trabalho, em todas as suas instâncias, aliena o trabalhador, que não se reconhece mais em uma atividade - porque ele faz apenas uma peça de um carro em uma escala produtiva e não tem a visão do conjunto, por exemplo - e porque acaba desenvolvendo apenas uma de suas habilidades, seja braçal ou intelectual, provocando, com isso também, uma divisão social. O trabalhador torna-se um “robô”.

Além disso, no segundo caso, o trabalhador tem a riqueza gerada pelo seu trabalho tomada pelos proprietários dos meios de produção. Ele é levado a gerar acumulação de capital e lucro para uma minoria, enquanto vive na pobreza.

Um empregado de uma fábrica de TV de LCD, por exemplo, em oito horas diárias de trabalho produz, ao final do mês, um número considerável de aparelhos, mas recebe apenas uma pequena parcela disso em forma de salário. O que recebe não permite sequer adquirir aquilo que ele produz e o modo de vida de sua família é muito diferente daqueles que consomem seu produto.

O trabalhador não reconhece mais o produto de seu trabalho e não se dá conta da exploração a que é submetido. O que se exterioriza não é sua essência, mas algo estranho a ele.

Divisão do trabalho e acumulação de capital, que, juntos, formam a base de uma sociedade capitalista, são também as fontes de alienação moderna, segundo Marx, por meio das quais se constitui um sistema de dominação.

Participação da Comunicação e da Publicidade na Alienação

A alienação é passada de um comunicador que possui uma informação nova (verdadeira ou não) e é recebida por um receptor que até então desconhecia o assunto, sendo alienado por esse comunicador.

A partir disso nota-se que tudo pode ser considerado mensagens alienadas, pois nas escolas são passadas mensagens novas a toda hora e que se é “obrigado” a acreditar e levar como verdade, não somente nas escolas, como também dentro das casas, igrejas, nos palanques eleitorais, nas ruas, meios de comunicação de massa, etc, funcionando sempre da mesma forma. A alienação normalmente vista nos meios de comunicação de massa por vários autores, onde esses meios estão sempre mandando novas mensagens (subliminares ou não), fazendo com que acreditem na maioria das vezes somente nas informações transmitidas por eles.

E a publicidade? Ela vende muito mais do que objetos; vende ideias, sentimentos e aspirações.Muitas vezes a propaganda usa frases como: “Este produto trará uma satisfação que você não espera”, ou algo similar. Ou seja, ela vende não a satisfação de uma necessidade existente, mas a criação de uma nova necessidade que aquele produto vai suprir e a pessoa nem sabia que isso seria possível.

É através da propaganda que os produtores fazem a pessoa acreditar que aquele produto irá preencher um determinado vazio que existe na vida dela, associando o produto com determinada necessidade (ex.: felicidade, liberdade, amor etc.).

Soluções para a Alienação

Se o trabalho, no sistema capitalista, é fonte de alienação, e se o capital é, basicamente, propriedade privada, isto é, a posse e o acúmulo de objetos, a superação do homem alienado só virá, para Marx, com a sociedade comunista.

Segundo Marx, somente com o comunismo as pessoas deixariam de ser alienadas, pois tudo seria de todos e não haveria necessidade de divisão ou expropriação do trabalho alheio. "A superação da propriedade privada é, por isso, a emancipação total de todos os sentidos e qualidades humanas", diz Marx.

Sua crítica parece atual diante de uma juventude destituída de ideais políticos que se contenta com prazeres imediatos proporcionados pelo consumo. É o celular da moda, o tênis de marca e o carro de luxo que definem sua essência?

Então, tem alguma solução viável? Tem sim. As pessoas devem aprender à pensar por si próprias, ter as próprias ideias, questionar as outras e desenvolver uma reflexão crítica sobre tudo, não aceitando qualquer informação passivamente. Além disso, o conhecimento seria peça-chave para que as pessoas se libertassem da alienação, pois assim elas poderiam debater e duvidar, e não seriam tão fáceis de enganar.

O importante é fazer. Como as pessoas podem ser felizes sendo alienadas? Como elas podem se realizar sendo que elas não sabem onde buscar essa realização, essa felicidade? Como ser feliz sem ser verdadeiramente livre (afinal, hoje em dia a maioria das pessoas são aliedadas, e pensasm ser livres quando, na verdade, nem sequer pensam por si)? Como ser feliz usando máscara o tempo todo?

5 – Consumismo

Outro inimigo moderno da felicidade é o consumismo.

Consumismo é o ato de comprar produtos e/ou serviços sem necessidade e consciência. É compulsivo, descontrolado e que se deixa influenciar pelo marketing das empresas que comercializam tais produtos e serviços. É também uma característica do capitalismo e da sociedade moderna rotulada como “a sociedade de consumo”.

Diferencia-se em grande escala do consumidor, pois este compra produtos e serviços necessários para sua vida enquanto o consumista compra muito além daquilo de que precisa.

O consumismo tem origens emocionais, sociais, financeiras e psicológicas onde juntas levam as pessoas a gastarem o que podem e o que não podem com a necessidade de suprir à indiferença social, a falta de recursos financeiros, a baixa auto-estima, a perturbação emocional e outros. Os consumistas buscam preencher os vazios de suas vidas com produtos.

Além de conseqüências ruins ao consumista que são processos de alienação, exploração no trabalho e a multiplicação de supérfluos (que contribuem para o processo de degradação das relações sociais e entre sociedades) o meio ambiente também sofre com este “mal do século”, pois o aumento desenfreado do consumo incentiva o desperdício e a grande quantidade de lixo.

O consumo não traz felicidade. Prova disso é que as pessoas nunca estão satisfeitas, estão sempre querendo mais. Dessa forma o consumismo se torna um compromisso com a infelicidade.

6 – Conclusão:

Não é tão difícil alcançar a felicidade. Difícil é se libertar das correntes que nos impedem de alcançá-la. Devemos ter em mente o que é realmente necessário para sermos felizes: amigos verdadeiros, liberdade verdadeira e reflexão verdadeira. A partir daí podemos traças todo o resto, e construir uma vida de pleno bem estar. Mas para que isso aconteça, precisamos nos desvencilhar da alienação e do consumismo. Precisamos ser verdadeiramente livres, capazes de pensar e agir por nós mesmos, capazes de sermos quem somos, sem nos escondermos com máscaras. Para isso, precisamos desenvolver um senso crítico, e valorizarmos o conhecimento. Devemos aprender sempre, mais e mais. Assim não seremos enganados, não seremos levados pela opinião das massas, e preencheremos todos os vazios da nossa vida, sem precisarmos consumir produtos inúteis em quantidades absurdas.

SEJA FELIZ!


7 - Bibliografia



Livros:

SOCIOLOGIA. Caderno do Aluno. Ensino Médio, 2º Série, volume 2. Governo de São Paulo; p. 12 e 18.

Sites:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Epicuro

http://www.textolivre.com.br/pensamentos/14447-a-formula-da-felicidade-segundo-epicuro

http://www.frasesfamosas.com.br/de/epicuro/pag/2.html

http://educacao.uol.com.br/filosofia/marx-alienacao.jhtm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Aliena%C3%A7%C3%A3o

http://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Marx

http://www.algosobre.com.br/sociofilosofia/dialetica.html

http://www.brasilescola.com/psicologia/consumismo.htm

(Acesso em 26/06/2010)

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Há Metafísica Bastante em Não Pensar em Nada - Alberto Caeiro



















Há Metafísica Bastante em não Pensar em Nada



O que penso eu do mundo?
Sei lá o que penso do mundo!
Se eu adoecesse pensaria nisso.

Que idéia tenho eu das cousas?
Que opinião tenho sobre as causas e os efeitos?
Que tenho eu meditado sobre Deus e a alma
E sobre a criação do Mundo?

Não sei. Para mim pensar nisso é fechar os olhos
E não pensar. É correr as cortinas
Da minha janela (mas ela não tem cortinas).

O mistério das cousas? Sei lá o que é mistério!
O único mistério é haver quem pense no mistério.
Quem está ao sol e fecha os olhos,
Começa a não saber o que é o sol
E a pensar muitas cousas cheias de calor.
Mas abre os olhos e vê o sol,
E já não pode pensar em nada,
Porque a luz do sol vale mais que os pensamentos
De todos os filósofos e de todos os poetas.
A luz do sol não sabe o que faz
E por isso não erra e é comum e boa.

Metafísica? Que metafísica têm aquelas árvores?
A de serem verdes e copadas e de terem ramos
E a de dar fruto na sua hora, o que não nos faz pensar,
A nós, que não sabemos dar por elas.
Mas que melhor metafísica que a delas,
Que é a de não saber para que vivem
Nem saber que o não sabem?

"Constituição íntima das cousas"...
"Sentido íntimo do Universo"...
Tudo isto é falso, tudo isto não quer dizer nada.
É incrível que se possa pensar em cousas dessas.
É como pensar em razões e fins
Quando o começo da manhã está raiando, e pelos lados
das árvores
Um vago ouro lustroso vai perdendo a escuridão.

Pensar no sentido íntimo das cousas
É acrescentado, como pensar na saúde
Ou levar um copo à água das fontes.

O único sentido íntimo das cousas
É elas não terem sentido íntimo nenhum.
Não acredito em Deus porque nunca o vi.
Se ele quisesse que eu acreditasse nele,
Sem dúvida que viria falar comigo
E entraria pela minha porta dentro
Dizendo-me, Aqui estou!
(Isto é talvez ridículo aos ouvidos
De quem, por não saber o que é olhar para as cousas,
Não compreende quem fala delas
Com o modo de falar que reparar para elas ensina.)

Mas se Deus é as flores e as árvores
E os montes e sol e o luar,
Então acredito nele,
Então acredito nele a toda a hora,
E a minha vida é toda uma oração e uma missa,
E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos.

Mas se Deus é as árvores e as flores
E os montes e o luar e o sol,
Para que lhe chamo eu Deus?
Chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luar;
Porque, se ele se fez, para eu o ver,
Sol e luar e flores e árvores e montes,
Se ele me aparece como sendo árvores e montes
E luar e sol e flores,
É que ele quer que eu o conheça
Como árvores e montes e flores e luar e sol.

E por isso eu obedeço-lhe,
(Que mais sei eu de Deus que Deus de si próprio?).
Obedeço-lhe a viver, espontaneamente,
Como quem abre os olhos e vê,
E chamo-lhe luar e sol e flores e árvores e montes,
E amo-o sem pensar nele,
E penso-o vendo e ouvindo,
E ando com ele a toda a hora.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Pequenas filosofias

Não se pode insistir no fim. Não se pode insistir quando já se aprendeu tudo, pois o tudo é mutável, mas também é sólido. Devemos, então, buscar outras coisas que sejam tudo para nós, e insistir nesses Tudos, pois todos são mutáveis e sólidos, mas também são numerosos, quase infinitos. Portanto, nunca pare de aprender. - Israel Silva.

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Jeito Barroco de xingar alguém:

Ó, prole de mulher vil e sem valor:
Eis de tomar no ânos!

____Profº Márcio
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Galináceo? Eu??

Não!
Não sou galinha,
Não solto a franga,
Não sou galo de briga,
Nem gosto de pintinho!

____Israel Silva. (Direitos Autorais Reservados)

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Para Aline D'Almeida:

Será que poderei um dia te esquecer? Ou meu coração será sempre puxado pela saudade toda vez que eu lembrar de ti?

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Curto diálogo entre um mortal e o Tempo

















Curto diálogo entre um mortal e o Tempo

— Gente passa, Passatempo, Tempo passa... A gente passatempo... Passa, tempo. Passa! – diz o mortal.
— Não, não passarei. Voarei sempre igual. – diz o Tempo.
— Isso! Então voa! Mas voa pro teu ninho e me dê paz! – grita o mortal.
— Não tenho ninho senão o espaço. Meu ninho já é tudo que existe. Se tu existes, és meu. Sinto muito: enquanto viveres, não lhe darei paz. Ultimato.

...

A palavra última é sempre a do tempo. Caso encerrado.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Antes da Insônia (Israel Silva)

Aqui está um trecho de um de meus poemas, chamado "Antes da Insônia".

Ficam entre minha cabeça fervilhando
Na cabeça minha ficam horrores
E insetos ziguezague...ando.

Nesse meu espaço vazio
Só existem agulhas

Nadam pensamentos submersos em sono
Pensam lentos providos de brânquias...

 Israel Silva. Todos os direitos reservados.
 



Então, quer ver mais? Aguarde meu livro, rsrs...

domingo, 20 de junho de 2010

Quintanares... Dois pensamentos de Mario Quintana




















Poeminha do Contra

Todos  esses que estão aí
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu Passarinho!


Das Utopias

Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!





quarta-feira, 16 de junho de 2010

Informação Nutricional




Sobre o blog:

Pensassonhos é um blog criado para ser minha principal plataforma de expressão virtual. Nele, o leitor encontrará muita poesia, bem como prosas e outros gêneros textuais. Quem liga para os gêneros textuais... O negócio aqui é simples: abordar filosófica e artisticamente qualquer tipo de matéria ou energia, com uma visão multifocal e sistêmica, mas dando ênfase aos acontecimentos da minha própria vida, da sociedade e da vida como um todo.
Também me dou a ousadia de fazer críticas de livros, peças teatrais, filmes etc. Em breve também postarei aqui algumas entrevistas. Aguarde...

Sobre o autor:

Israel Araujo da Silva é paulistano de 1993. Proveniente de família humilde, sua história é repleta de acidentes, contendas familiares, incertezas infindas. "Lembro das enchentes que levavam barracos, da água-barro que sepultava a pobreza daquele lugar. A cocaína das bocas de tráfico dissolvia-se na chuva. Os móveis flutuvam...", diz ele, lembrando-se de um período sinistro de sua vida. Sempre curioso, começou a escrever aos oito anos de idade, devido à um "protoamor", como ele mesmo afirma. "Entre as brigas com minha avó, eu pensava numa garotinha. Escrevia", diz. Mas por muito tempo não levou à sério a atividade, até que completou 16 anos de idade, quando começou a escrever seu primeiro livro, intitulado Pensassonhos. O livro, segundo o autor, é marcado de "uma incerteza instigante, a própria condição adolescente, uma busca didática para a compreensão de temas como o amor, a condição humana, a violência, a memória, o tempo, o vazio, a guerra..." e tantos outros. O autor não só desfruta de uma pluralidade temática / técnica / textual. De fato, o desejo do jovem é ser multifacetado como o multiverso, extender seus horizontes além das fronteiras, das especializações. "Sei o que quero", diz ele, "vou estudar filosofia e pretendo ser um multiartista pensador". Assim segue Israel Silva, inseparável de sua adolescência, trabalhando em outras obras. "Estou trabalhando em outro livro, Extramundo, que apresentará uma poesia muito mais experimentalista e madura; também estou trabalhando em composições para meu primeiro CD demo, e tenho outros projetos em artes plásticas e filosofia. Acho que não devo ser rotulado ainda: pretendo ser amplo, pretendo surpreender muito em breve." Veremos. 

Israel Silva também participa de projetos culturais e saraus.