Olá! Alguém aí? Por favor, atenção.
Artigo 1º - Este é meu ponto de partida e partindo daqui encontrarei meus rumos. Esta obra é meu primeiro esboço, meu rabisco, meu aprendizado, meu prólogo. Estas palavras todas são células tronco que se desenvolverão em tecido poético - filosófico - psicológico – científico etc., ou textos esparsos - contemplativos - inspirados - prosados - prostrados - propostos - indefiníveis. Acima de tudo, no princípio havia liberdade.
Artigo 2º - Este livro é meio esfumaçado em certos pontos e sólido em outros. Não espere aqui encontrar o sumo bem ou mandamentos concretos ou autoajuda. Tentei, com essas palavras, construir uma estrada em direção ao conhecimento (sobre mim e o resto), ou um caminho para que eu pudesse me expressar (sim, isso sim). Mas perdoai-me, pois sou náufrago de primeiro mar. Fiz o que minha vã filosofia permitiu. Assim eu humildemente lhe ofereço minhas entranhas, minhas quimeras mais intrínsecas, minhas tentativas e falhas.
Artigo 3º - Peço que sejas crítico, reflexivo. Não aceite facilmente minhas palavras. Deguste-as e as ponha sob um olhar de juiz. Critique-me, que tua crítica faz-me crescer. E faça o mesmo com tudo que te cerca.
Artigo 4º - Fique claro (haja luz): este livro não é estável. É como a vida. Escrevi como quem faz planos já sabendo que algum imprevisto pode sim ocorrer, talvez um flash, um big bang, um sequestro relâmpago, o tal do big crunch[1], sei lá. Escrevi como quem sonha (por amar um bom escapismo), contudo mantendo a noção da complexa realidade da existência (afinal, como poderia eu me desprender da existência?). Escrevi conforme meus pulsares[2], ou conforme minhas frequências ultrassônicas inconstantes. E acrescento a essa receita uma quantidade enorme de: Eu. Egoísmo? Não, apenas a necessidade quase fisiológica de me expressar senão ai de mim.
Artigo 5º - Não te incomodes, Oh Intelectual, Oh Ser Super Súpero Supremo Altivo, se fiz desta obra, em certos momentos, uma coisa um tanto simplória. É que o simples é mais direto, mais abrangente. Também sossegue você, criança da periferia ou adulto desacostumado ao ato de ler, sossegue se esse livro te parecer meio complicado. Com um pouco de insistência, um bom dicionário e alguma outra ajudinha, você vai ver que fica tudo fácil e bonito. Importa é não desistir, a não ser que não te agrade. Fazer o quê se nem Deus se agradou totalmente de suas obras...
Artigo 6º - Este livro é como uma espécie de ensaio ou experiência. Um quase, um quasar[3]. Ou muito melhor, uma Tentativa. Isso... Pois bem, esta obra é uma tentativa. Uma tentativa adolescente de assoprar para fora de mim meus próprios pensassonhos. Temo errar, mas se erro é por que tenho alma. É errando que se aprende. Mas acima de tudo, no princípio havia a dúvida.
[1] Teoria segundo a qual o universo irá se contrair e entrar em colapso sobre si mesmo, num futuro distante, devido à atração gravitacional.
[2] Pulsar: Estrela de nêutrons cujo eixo eletromagnético não coincide com seu eixo de rotação.
[3] Abrev. em inglês de Quasi-Stellar Radio Source. Núcleo galáctico ativo, altamente energético e muito distante.
...
Imagem: Redon - Esqueleto.
Próximo release: 06/06/11.
(...) um trecho do meu poema CRIANça (mais em www.organikamente.blogspot.com), sobre o "erro":
ResponderExcluir"O erro não existe
quando se é criança
e assim tudo é possível!
O mundo vira uma esfera
com uma cápsula protetora
É urgente, é urgente
retornar à inocência
só assim...
é possível voltar a acreditar
que não existe impossível".
Louise Prates
Grande abraço e parabéns, gostei muito do texto!
rsrs Obrigado Louise. É engraçado ver como o ofício poético nos faz crescer. Naquela época eu tinha medo dos erros. Hoje eu não os procuro, mas os quero, pois eles são oportunidades de aprendizado para mim e para os outros. No mais, aprendi com Nietszche, que torcia para que alguém, no futuro, pudesse contestar e negar tudo o que ele disse. Assim caminha a humanidade, né? ^^
ResponderExcluirÓtimo poema.