segunda-feira, 23 de maio de 2011

Indeciso e Irresoluto




 [Sobre as escolhas e a impotência humana mediante as forças da vida, com ênfase nas dificuldades da juventude].

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Tantos caminhos labirínticos... Cuidado, o minotauro!
Ah, tantos labirintos caminhos... Tantos túneis, cavoucados por tatus cegos. São tantas cavernas à esquerda, à direita, pra cima, pra baixo... Bem, que são caminhos, bem ou mal isso se sabe. Não se sabe se são certos, incertos ou errados.
Aonde irei? Qual o caminho que devo escolher? Devo escolher, aliás? São tantas aleias, digo... E agora? Tantas flores no caminho. Devo parar e observá-las ou continuar seguindo o fluxo?
O agora. O pós...
Queria poder ser muitos, me fragmentar em pequenas partes úteis de um só. Queria ter mais tempo para saber o que quero. Queria multiplicar, ou a mim ou ao tempo ou a ambos. Assim poderia aprender tudo que eu gostaria de aprender, poderia ser tudo que eu quisesse ser.
Afinal...
São tantas horas e minutos, e são tão poucas... São tantos grãos de areia na ampulheta, mas os mesmos são tão pequenos...


...

E há um descontentamento tão grande por não sermos sobrenaturais, por sermos apenas humanos apenas naturais, por não termos controle nem sobre a existência e tampouco sobre o tempo, por negligenciarmos a nós mesmos (no complicado autogoverno). Ó grande impotência do ser humano... Ó tamanho desgoverno!
É tão frustrante não ser superpoderoso, só ser um... Só ser um (ponto – só um ponto). É difícil escolher e controlar os rumos de uma única vida. Penoso mesmo (eu que sei) é ser jovem, receoso, hesitante, indeciso e irresoluto.
E quanto a nós todos daqui da Terra, jovens ou já amadurados: Somos nós apenas um acaso?
Somos por acaso humildes pistas ínfimas de um mistério insolúvel infinito (migalhas), ou somos provas documentadas na memória do Universo? Alguém ou algo se lembrará de nós quando partirmos?
Não se sabe. E só há um consolo: o ser humano, contudo, excede a própria natureza. Somos O Porém da Terra. Um campo infinito de flores finitas.
Amém.

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