terça-feira, 30 de agosto de 2011

(Entre)vista: Thiago Cervan



Mais uma breve entrevista realizada por um carinha que não é jornalista mas é curioso. E é sendo curioso que se aprende, não decorando fórmulas, mas chegando à elas, e ainda assim nunca tomando apego à elas, mas antes, um sentir. 

Dessa vez trago aqui as palavras de um camarada da cena artística atibaiense underground psiconauta cosmolocal. Verdadeiro ativista, vale a pena conhecer a poesia e a arte urbana desse "manolo".

Thiago Cervan é filho das ruas cinzas do ABC e fazedor de coisas. É um viciado na palavra.
Foi publicado na antologia “Balões Coloridos” pela Editora Via Literária com a crônica “ A puta passageira” e participou do livro “Microcontos” organizado por José Luiz Goldfarb, lançado em 2010. Também colabora mensalmente na Revista Kalango.
Como roteirista tem diversas participações em curtas-metragens.
Possui um trabalho de poesia visual nas ruas e também é um dos idealizadores do Sarau do Manolo, evento que acontece em Atibaia/SP
Atualmente prepara o lançamento de seu primeiro livro de poesias o “Com Verso Fiado”.




http://thiagocervan.com.br/site/index.php


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Israel Silva: Quando e como você se iniciou nesse mundo doido das artes?


Thiago Cervan: Tem uns três anos que escrevo regularmente. Comecei com essa história de experimentar meu trabalho em outros suportes em 2009, quando fiz um curso de audiovisual na Difusão Cultural com Rodrigo Koni, com isso, realizei alguns curtas e nanometragens e com essas produções participei do Curta Atibaia e do Festival do Minuto. Meus trampos de stencil/serigrafia/colagem começaram depois que entrei em contato com o Matias Picon por meio da Galeria Mutante/Atelier Undergrude, isso foi no ano passado.

Israel: O que veio primeiro, a “poesia escrita” ou a visual? 

Cervan: A poesia “tradicional” veio primeiro.

Israel: Você atribui sua atividade à algum acontecimento de sua infância? Ou seja, você acha que alguma coisa foi responsável por acender sua tua faísca artística?

Cervan: Estudei música clássica por mais de dez anos. Desde sempre fui curioso, mas não há nenhum fato marcante ou desencadeador.
Israel: Quem te acompanha no facebook vê que você é um cara bem engajado. Você vê a arte como arma de transformação social?

Cervan: Toda arte é política e deve ser transformadora. A arte que não dialoga com o seu tempo, a meu ver, tem pouco valor.

Israel: O que você acha do fato de a “arte popular” atual estar tão distante das causas sociais?

Cervan: A arte, assim como tudo, é um produto histórico da sociedade. A arte que o grande público acaba consumido está nas mãos de grandes empresários e serve a uma estrutura podre de poder. Acredito mesmo é em pequenos grupos de pessoas trabalhando de forma autônoma para mudar a realidade local. Nos anos setenta o lema já era “pensar globalmente, agir localmente”. Não posso ficar preocupado em mudar o mundo se não mudo nem a minha rua.

Israel: Manolo, planos para o futuro?

Cervan: Produzir bastante, ler muito, viajar, ou seja, viver bem.

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Encontre os trabalhos de Cervan (ou ele próprio) também através dos seguintes links:


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