Nessa rua luzente (Trilha sonora eletrônica moderna), tudo é inquieto demasiado veloz. Rua é trilha por onde povo cadente corre atrás do tesouro, numa caverna ou num túnel da cidade feroz.
Aqui nessa rua correm elefantes de aço, cápsulas metálicas fazendo barulho estridente, sacudindo as massas encefálicas, exibindo faróis mais que visíveis. Alameda de arranha-céus, com seus vagalumes pendurados que pretendem ser janelas. Prédios altos complicados (formigueiros esticados), brutamontes insensíveis, invisíveis.
E por todos os lados
Luzes, tecnologia
E sons incomodados
Sofrendo epilepsia
Vivos incríveis!
É tudo tão viciante
Movimento impactante
(balada última badalada)
Ó rua dançante!
Tanta e quanta eletricidade
Reverberando de baixo a cima
Vibrando ritmo esta cidade!
Aqui passa todo dia
Gente nua e mocidade!
...
De vez em quando algo surpreende, apreende nossa atenção. Mais do que a publicidade ou ainda mais do que a velocidade. Como esta seguinte cena perfeita nesta rua colorida:
Um casal cantarolando,
Cantando sobre a vida
Sem motivo determinado
Um verso inacabado.
Olhos todos olham com estranheza os enamorados saltitando. Todavia os que cantam não percebem a frieza. Importa apenas a canção, sua feia falta de afinação.
E vão os dois felizardos
Proferindo versos errados
Cantando alheios ao mal
Da Rua Audiovisual.
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In Pensassonhos.
Fotografia de Israel Silva.
Muito Bom mesmo cara!!!
ResponderExcluirvou copiar e colar,
se seus direitos autorais permitirem
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abraço boa semana!
rsrs permitem sim, desde que digam a origem do poema rsrs.
ResponderExcluirAfinal, não se pode ter a expressão do espírito como propriedade, né?
sim sim,
ResponderExcluirnão importa que falou e sim a fala,